1.25.2011

Água Boa

História

Água Boa, cujo nome tem origem num ponto de abastecimento de água em um córrego á beira da estrada, foi inicialmente habitada por etnias indígenas hoje desaparecidas como Tsuvá e Marajepéi. Posteriormente índios da etnia Xavante chegaram à região e a habitam até hoje.
Em 1673 a região foi explorada pelo bandeirante Manoel de Campos Bicudo em busca de ouro
A primeira iniciativa governamental de ocupar a região foi a Expedição Roncador-Xingu, através da Fundação Brasil Central, que tinha como um de seus objetivos a procura um lugar mais seguro para, em caso de necessidade, transferir a capital da República para o interior. A Expedição realizada na década de 40, adentrou o município de Água Boa, seguindo pelo traçado atual da BR-158 do Rio Areões até a região central do município, daí seguindo para o Garapu até o Rio Culuene. A Expedição foi responsável pela identificação do Rio Sete de Setembro, bem como da construção de um campo de pouso no Garapu.
Durante as décadas de 50 e 60 a política de ocupação do governo foi a doação de áreas de cerca de 10.000 ha para produtores e empresários do sul e sudeste do país. Grande parte do município de Água Boa ficou sob domínio do Sr. Alfredo Floriano Toneto, fazendeiro no Rio Grande do Sul, e outras pessoas de seu grupo. Nesta época muda-se para o Vau dos Gaúchos, o primeiro morador da região vindo do sul do país, Sr. Paulo Jacob Thoma, que aqui chegou em 15 de setembro de 1958. A partir do final da década de 60 o governo passa a incentivar a vinda de grandes empresas, ocasião em que se instalam na região as Fazendas Suia-Missú, Brasil, Guanabara, Saudade, Taquaral, Alvorada, Bonança, Cedro, Santa Maria entre outras.
Em 1970 é realizado o primeiro projeto de colonização no município, na localidade denominada Váu dos Gaúchos, através da COMAGRA - Comercial Agrícola e Colonizadora Ltda, constituída pêlos sócios Ernesto Martinho da Cruz, Floriano Toneto e Paulo Juarez Pereira, com o apoio de Olmeri Barcelos de Carvalho.
Devido aos problemas fundiários existentes no sul do país, produtores da região de Tenente Portela - RS, se organizam, sob a liderança de Norberto Schwantes, através da COPERCOL - Cooperativa de Colonização 31 de Março Ltda, para colonizar terras no Mato Grosso, o que teve início em 1972 com o projeto de colonização Canarana I. Estes projetos tinham amplo apoio do governo através dos financiamentos do PROTERRA e POLOCENTRO. Em 1974 a COPERCOL realiza o primeiro projeto de colonização no município de Água Boa, o Garapu I, e em 1975 são implantados os projetos Água Boa I e Água Boa II, cuja agrovila formada junto com o projeto é a atual sede do município. Boa parte dos colonos destes dois projetos vieram da região do município de Não Me Toque - RS.. Posteriormente vieram os projetos Areões, Serra Dourada, Água Boa III, estes dois últimos já sob realização da CONAGRO (empresa criada por Norberto Schwantes para realizar a colonização) e outros projetos particulares como o Jaraguá, Visão e Princesa.
A partir da colonização a principal atividade econômica do município passa a ser a cultura do arroz, cultivada pelos colonos dos projetos. Para auxiliar o processo produtivo foi criada a COOPERCANA - Cooperativa Agropecuária Mista Canarana Ltda que embora sendo uma iniciativa dos colonos de Água Boa passa a atuar em toda a região. Esta primeira fase é de muitos sacrifícios, devido as dificuldades de estradas, comunicação, habitação, saúde, etc. Em 26 de dezembro de 1979 é promulgada a Lei n° 4.166 que eleva Água Boa, até então distrito de Barra do Garças à categoria de município.
A partir do início dos anos 80, com a descoberta de jazidas de calcário no município vizinho Cocalinho, tem início o cultivo da soja. A década de oitenta é um período de grande desenvolvimento para o município, com a implantação e expansão da cultura da soja e também expansão da cultura do arroz. No final deste período a área plantada do município já era de 100.000 ha. Neste período também se implantou grande parte da infra-estrutura básica do município, como asfalto na BR-158, telefone, armazéns, escolas, prédios públicos, etc. Foi um período de grande importância para o município.
No final da década de 80 e início dos anos noventa tem início um processo de ocupação de áreas por posseiros, o que ocorre na comunidade de Serrinha, Jatobazinho, Borecaia e Santa Maria. Isto muda o perfil populacional e fundiário do município, que até então era formado basicamente por sulistas, e passa a contar com nordestinos, goianos, mineiros, etc. Com a regularização destas áreas pelo INCRA e implantação de novos assentamentos como o PA Jaraguá, há uma grande mudança no perfil fundiário do município que passa a contar com maior presença da agricultura familiar dos assentamentos.
O ano de 1989 é marcado pelo início da crise. Os planos econômicos atingem em cheio a agricultura, principalmente a cultura da soja, através de interferências no preço dos produtos e no juro bancário. Com isto e endividamento aumenta, muitos produtores vendem as suas terras, viram posseiros ou voltam para o sul, a área plantada diminui e a economia municipal entra em recessão. Em meio e esta crise, afloram os problemas administrativos da Coopercana, que entra em regime pré-falimentar. Nesta época começa a haver um afluxo de paulistas para o município, atraídos pela imagem da cidade e pelas terras baratas para o criação de gado. A pecuária passa então a ser uma das atividades mais importantes do município, pois alem dos paulistas muitos colonos deixam de plantar para criar gado. Água Boa passa a ser o município com o maior rebanho bovino do Vale do Araguaia.
A partir do início deste século com a melhoria dos preços da soja a agricultura passa a ter acelerado crescimento e ser bastante representativa na economia do município. Água Boa destaca-se como referência em comercialização de bovinos com o maior leilão de gado do mundo, da Estância Bahia. Consolida-se como Pólo Regional no Vale do Araguaia, com a implantação das regionais de vários órgãos públicos (Sine, Pólo Regional de Saúde, Justiça do Trabalho, Centro de Atendimento ao Eleitor, Comando das Polícias Militar e Civil, Funai, entre outros), com a expansão do SICREDI Araguaia com sede em Água Boa, com o Hospital Regional através do Consórcio Intermunicipal de Saúde e desenvolvimento do comércio e prestação de serviços, que atendem a toda a região.

Geografia

  Situado no Vale do Araguaia, na sua porção média, no estado de Mato Grosso, Brasil. 
Relevo é constituído por uma formação de planalto denominada Serra do Roncador, pela planície denominada Depressão do Araguaia e por planícies da bacia do Xingu. O relevo predominante é suavemente ondulado, ocorrendo em menor escala o relevo plano e ondulado.Raramente ocorre relevo montanhoso.
 A Depressão do Araguaia ocupa a parte leste da área municipal. Esta unidade encontra-se esculpida em rochas do Pré-Cambriano Indiferenciado (gnaisse e granitos), do Pré-Cambriano (micaxistos e quartizitos) e ainda rochas do tipo filito (com intercalações de quartizito), sericítos e calcários. Conta ainda com uma grande extensão de cobertura detriticolaterítica e depósitos aluvionares e coluvionares pleistocênicos. Caracteriza-se pela regularidade das cotas altimétricas, em torno de 300 m e pela magnitude da rede de drenagem e pelas feições geomorfológicas que apresenta. Esta érea apresenta duas feições morfológicas: áreas de acumulação inundáveis e extensas planícies fluviais.
A Serra do Roncador que é formadora do Planalto Dissecado dos Parecis, além de apresentar-se como uma porção contínuo a oeste e noroeste do município, ocupa uma limitada área no interior da Depressão do Araguaia. A principal característica deste Planalto é sua grande continuidade e a relativa homogeneidade, com predominância de formas dessecadas tabulares. Nesta unidade, as litologias apresentam-se diferenciadas, podendo apresentar rochas sedimentares e cristalinas.
 O solo predominante no município é o Latossolo Vermelho Amarelo entre 20 e 40 % de argila. Também são encontrados Lateríta Hidromórfica, Solos Concrecionários, Latossolo Vermelho Escuro, Areia Quartzosa entre outros.
 O clima do município é classificado como AW.
A temperatura média anual é de 32°C com correntes de ar frio vindos da região sul do país, nos meses de junho a agosto.
O Regime Puliométrico é caracterizado por um período das secas de maio a agosto e um período das águas ou das chuvas de setembro aabril. No mês de janeiro ou fevereiro costuma ocorrer um veranico. A precipitação anual tem sido em torno de 2.100 mm.
 Em Água Boa a cobertura vegetal é constituída basicamente pela vegetação da Savana (cerrado). Esta estende ao longo da área municipal e se apresenta sob várias fisionomias.
A Savana Arbórea Aberta com Floresta-de-Galeria, representa a subformação mais importante e recobre a maior parte do município. Sua estrutura apesar de desenvolver em ambientes diferentes é em sua maioria, compostas de espécies comuns a todas áreas de Cerrado.
A predominância de um ou outro elemento florístico não altera de sobremaneira a fitofisionomia geral. Dentre as espécies mais comuns figuram o pau-terra (Qualae parviflora), bananeira-de-campo (Salvetia convallariodora) e quina-do-campo (Strychnos pseudoquina), além de outras.
A Savana Arbórea Densa ou Cerradão não ocupa áreas contínuas. Ocorre disseminada em pequenos núcleos em meio a Savana Arbórea Aberta, onde os solos possuem melhores teores de fertilidade natural, ou em locais protegidos de interferência humana. Tem-se como espécies comuns as sucupiras (Bowdichia sp e Pterodon sp), carvoeiro (Sclerolobiun sp), etc.
A Savana Parque com Floresta de Galeria ocorre em áreas de acumulações inundáveis, com nível altimétrico em torno de 300 m. De modo geral apresenta elementos florísticos similares aos dos campos cerrados, podendo, entretanto, apresentar certas associações mais características. Nessa subformação as espécies mais comuns são: lixeira (Curatella americana), Angelin-de-morcego (Andira sp) e Ipê-Caraíba (Tabebuia caraiba), além de outras.
Completando o quadro fitogeográfico do município aparecem as associações resultantes do contato entre Savana/Floresta Estacional. Estas, são representadas pela Floresta Semidecidual Submontana, pela Floresta Semidecidual Aluvial e pela Savana Arbórea Densa, senda que as duas ocorrem na Depressão do Araguaia e a última no Planalto do Parecis. Há também a ocorrência de vegetação típica de várzeas que formam veredas.
 Estando o município de Água Boa assentado sobre a Serra do Roncador, serve esta de divisor de águas das bacias do Rio Araguaia e Xingu, sendo a primeira responsável pela drenagem da porção leste e a segunda da parte centro-oeste.
A Bacia do Araguaia é constituída pelo Rio das Mortes que drena toda a porção leste, desenvolvendo o seu curso no sentido norte-sul. Dentre os seus principais afluentes sobressaem os Rios Borecaia, Areões, Água Suja e Curuá. O Rio das Mortes, banhando a Depressão do Araguaia, caracteriza-se como rio de planície e constituirá importante via de navegação a partir do início dos trabalhos da Hidrovia Rio das Mortes-Araguaia.
Integram a Bacia do Xingu, neste município, o Rio Couto Magalhães (afluente do Culuene) que banha a porção ocidental da área, e o Rio Sete de Setembro que serve toda a parte central do território.
Água Boa é um município brasileiro do estado de Mato Grosso. Sua população é de 20.276 habitantes.
Situado na porção média do Vale do Araguaia, Água Boa foi fundada em 9 de julho de 1975 por agricultores vindos do sul do país. O município foi emansipado em 26 de Dezembro de 1979. Sua economia baseia-se na agropecuária e na prestação de serviços.
Na agricutura destacam-se as culturas de soja e arroz. É referência em comercialização de bovinos, sendo sede do maior leilão de gado do mundo. Na área industrial, dispõe de um frigorifíco, uma indústria de palmito pupunha e grande capacidade de beneficiamento de arroz.
O maior evento do município é a Expovale - Exposição Agropecuária do Vale do Araguaia, que acontece em Julho.

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